Detecção de anticorpos contra Leishmania spp. pela técnica de ELISA indireta em população canina do município de João Neiva - ES.

Nome: WANDERSON LOPES ANDRADE
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 10/08/2022

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
FARLEN JOSE BEBBER MIRANDA Examinador Externo
ILIANI BIANCHI BRIOSCHI Examinador Externo
MARCOS SANTOS ZANINI Orientador

Resumo: A Leishmaniose trata-se de uma enfermidade causada pelo protozoário do gênero Leishmania sp., sendo tradicionalmente transmitida através da picada de vetores, flebotomíneos de diversas espécies mais comumente do gênero Lutzomya sp. A distribuição dos vetores e agentes causadores são mundiais e estão estritamente ligados a fatores geográficos locais. As manifestações da enfermidade variam em função de sua forma clínica com apresentação tegumentar e visceral, desde lesões auto-resolutivas até lesões ulcerativas desfigurantes e comprometimento sistêmico de órgãos como fígado e baço, podendo ocasionalmente levar ao óbito relacionados com as respectivas espécies de Leishmania spp. envolvidas. No Brasil, inicialmente, a leishmaniose era associada apenas a uma doença enzoótica de animais silvestres e, acidentalmente, em humanos que adentravam as florestas. No decorrer dos anos, passou a ser uma doença encontrada em zonas rurais e periurbanas. A partir de 2003, são encontrados casos confirmados da doença em todas as unidades da federação, sendo considerada uma doença emergente causada principalmente pela espécie L. infantum chagasi para a forma visceral (LV) e L. (Viannia) braziliensis para a forma tegumentar (LT).Dados coletados sobre a leishmaniose dos países que compõem o continente americano, demonstraram que, no Brasil, a enfermidade tornou-se urbana com aumento progressivo de surtos em regiões na dependência da presença dos vetores e da devastação de florestas pelo homem para fins agrícolas. No Espírito Santo, esses dados não fogem do panorama do continente, apresentando casos principalmente de LT em zonas rurais decorrente do avanço da lavoura cafeeira sobre a Mata Atlântica.
A enfermidade já foi descrita em diversos animais domésticos e silvestres. Entre os animais domésticos possíveis de serem infectados pelo protozoário, os cães são os mais afetados. Para a LV (L. chagasi) o cão apresenta formas clínicas sistêmicas e comporta-se como reservatório do parasito para infecção de vetores e posterior transmissão ao homem, enquanto que para a LT não é conhecido ainda o real papel do cão no ciclo de transmissão, mas diversos trabalhos evidenciam associação entre cães infectados ao surgimento de novos casos de LT em humanos. Os cães são os animais domésticos mais infectados pela LT e o ciclo de transmissão da doença sofrer variações de acordo com condições geográficas locais, não sendo possível extrapolação de resultados para todas as localidades.
O diagnóstico tradicionalmente é laboratorial, podendo serem realizados exames parasitológico e sorológico, tais como o a imunofluorescência indireta (IFI) e ensaio imunoenzimático – ELISA. A técnica de ELISA trata-se de um método de revelação da formação do complexo antígeno + anticorpo pelo uso de uma enzima ligada ao anticorpo secundário (anti anticorpo) que reage ao cromógeno adicionado ao final da reação. Considerando assim a relevância da doença para o Espirito Santo, sua distribuição e falta de dados epidemiológicos no município de João Neiva, o presente estudo tem por objetivo fazer uma prospecção da leishmaniose nos cães em áreas de rurais principalmente em divisa com municípios endêmicos.

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