Potencial antimicrobiano e antibiofilme da combinação dos óleos essenciais de Origanum vulgare e Thymus vulgaris para o tratamento da mastite bovina.

Nome: MIKAELA VIEIRA BELONI
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 29/04/2022
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
JULIANA ALVES RESENDE Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
JULIANA ALVES RESENDE Orientador
MARCELO HENRIQUE OTENIO Examinador Externo
MARIANA DRUMOND COSTA IGNACCHIT Coorientador
VÂNIA LÚCIA DA SILVA Examinador Externo

Resumo: A mastite bovina é a doença mais frequente e onerosa que acomete os rebanhos leiteiros. Trata-se da inflamação da glândula mamária de bovinos, comumente causada por uma infecção bacteriana. O Staphylococcus aureus é um dos principais agentes causadores da mastite bovina, um microrganismo capaz formar biofilme e frequentemente resistente a diversas classes antimicrobianas. Assim, a busca por novos produtos com atividade antimicrobiana frente a microrganismos resistentes, mostra-se necessária para o controle da mastite. Este estudo avaliou os efeitos antimicrobianos e antibiofilme da combinação dos óleos essenciais (OEs) de
Origanum vulgare (orégano) e Thymus vulgaris L. (tomilho) frente à importantes patógenos da mastite bovina, objetivando a incorporação desses OEs em uma formulação farmacêutica semissólida para o tratamento da mastite bovina. Para tal, realizou-se caracterização química dos óleos essenciais pelo método de cromatografia gasosa acoplada ao espectrômetro de massas. Os compostos carvacrol e timol foram identificados como componentes majoritários dos OEs de O. vulgare e T. vulgaris, respectivamente. A atividade antimicrobiana dos OEs e dos componentes majoritários, frente às linhagens controle Staphylococcus aureus (ATCC 25923), Staphylococcus epidermidis (ATCC 12228), Escherichia coli (ATCC 25922) e Pseudomonas aeruginosa (ATCC 27853), foi demostrada pela técnica de difusão em disco. A técnica de microdiluição em caldo foi utilizada para a determinação da concentração inibitória mínima (CIM) e concentração bactericida mínima (CBM) dos OEs. Para o OE de O. vulgare, os valores do CIM e CBM frente as quatro linhagens controle variaram entre 0,195-3,125 µL e 0,390-3,125 µL, respectivamente. Frente à trinta linhagens de S. aureus isoladas da mastite bovina a CIM variou de 0,097-0,781
µL e a CBM de 0,781-1,562 µL. Para o OE de Thymus vulgaris os valores de CIM e CBM variaram de 0,195-12,500 µL frente as quatro linhagens controle selecionadas, enquanto para os isolados clínicos a CIM variou de 0,390-1,562 µL e da CBM de 0,781-1,562 µL. A partir dos valores da CBM, foi determinada a concentração inibitória fracionária (FIC) dos OEs frente as linhagens controle, usando o método checkerboard. Uma interação aditiva entre os OEs foi observada frente ao S. aureus, para as outras linhagens controle a interação foi sinérgica. O valor de FIC estabelecido para a linhagem S. aureus (ATCC 25923) foi utilizado para avaliar o efeito dos OEs combinados na desarticulação do biofilme formado pelos isolados clínicos. Todas os isolados clínicos formaram biofilme, sendo classificado como pouco aderente (70,00%) ou de aderência moderada (30,00%), e a média da absorbância do biofilme formado foi de 0,192. A concentração de 1X FIC reduziu significativamente o biofilme
formado em 31,61% (0,132) e a concentração de 2X FIC reduziu o biofilme em 43,09% (0,110). A partir do valor de FIC para a linhagem S. aureus (ATCC 25923) foi delineada uma formulação farmacêutica semissólida contendo a combinação dos OEs. Foram preparadas 3 formulações ativas, com concentrações de OEs equivalentes a 2,5% p/p, 3,5% p/p e 5,0% p/p, nomeadas como FA1, FA2 e FA3 respectivamente. As concentrações dos OEs foram adicionadas na mesma proporção da FIC dos OEs frente a linhagem controle S. aureus. As formulações foram avaliadas quanto a estabilidade físico-química e microbiológica e apresentaram-se adequadas em todos os critérios. A atividade antimicrobiana das formulações foi avaliada frente a linhagem controle S. aureus, e as três formulações apresentaram eficácia frente à está linhagem. Diante disso, a FA1 foi escolhida para os testes posteriores nas linhagens de S. aureus isoladas da mastite, considerando que está formulação apresentou melhor custo-benefício, dada a menor quantidade de OEs utilizada. A eficácia da FA1 foi avaliada frente as linhagens de S. aureus isoladas da mastite bovina, e foi eficaz frente a 76,66% dos isolados clínicos. A FA2 foi avaliada frente as linhagens para as quais a FA1 não foi eficaz, sendo eficaz frente a 100% das linhagens. A partir dos resultados pode-se inferir que a formulação FA2, preparada com a combinação de
efeito aditivo dos OEs de O. vulgare e T. vulgaris, pode ser efetiva para a finalidade
pretendida, que é o tratamento da mastite bovina causada por S. aureus.

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