. Avaliação da suplementação com selênio associado a vitamina E em bovinos leiteiros com hematúria enzoótica.
Nome: EDUARDO VARGAS DE OLIVEIRA
Data de publicação: 31/08/2021
Banca:
Nome | Papel |
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HEBERTH DE PAULA | Examinador Externo |
MARIA APARECIDA DA SILVA | Examinador Interno |
RAFAEL OTAVIANO DO REGO | Coorientador |
Resumo: A hematúria enzoótica bovina (HEB) é uma enfermidade relacionada à intoxicação pelo consumo crônico de Pteridium sp. (samambaia). Essa doença é comum na região sul do Espírito Santo e não possui tratamento. Assim, o uso de suplementação com
minerais e vitaminas poderia ser uma alternativa viável. Objetivou-se com esse trabalho avaliar a suplementação com selênio e vitamina E em bovinos cronicamente intoxicados por Pteridium sp. e com HEB na região Sul do Espírito Santo, bem como,
avaliar os níveis de antioxidantes totais, atividade da glutationa peroxidase e biomarcadores teciduais de progressão tumoral nestes animais. Para isto foram selecionados 18 bovinos nos municípios de Divino de São Lourenço e Ibitirama com
quadro de HEB. Os animais foram avaliados clinicamente e confirmada a hematúria pela avaliação da urina. O delineamento experimental foi realizado em quatro grupos distribuídos ao acaso em grupo 1 (controle), grupo 2 (dosagem de 0,05 mg/Kg de
selênio), grupo 3 (0,10 mg/kg de selênio) e grupo 4 (0,20 mg/kg de selênio). Todos os grupos também foram suplementados com dose de 0,5 mL de vitamina E. A suplementação foi feita por via intramuscular durante 13 semanas. A cada quinze dias
os animais foram avaliados quanto à hematúria, ganho de peso, hematócrito, proteína sérica total, fibrinogênio, níveis séricos de glutationa peroxidase e antioxidantes totais. Também foi realizado lavado vesical dos momentos M0, M6 e M14, seguido da
imunocitoquímica com os marcadores caspase3 e p53. Verificou-se que não ocorreu diferença significativa da variável peso entre os grupos, mas teve redução do peso em relação ao tempo, no grupo 1 (controle). Para a variável intensidade da hematúria
houve diferença significativa no grupo 2 em relação ao grupo 1 (controle) após três semanas de suplementação, porém não houve diferença significativa ao longo do tempo. Houve aumento do hematócrito no grupo 2 em relação ao grupo 1 (controle)
após sete semanas de suplementação, no entanto, não houve diferença em relação ao tempo. Para PPT e Fb não foram observadas diferenças significativas nem entre os tratamentos e nem em relação ao tempo. Os níveis de antioxidantes totais
revelaram diferença significativa entre o grupo 1 (controle) e o grupo 2 e também teve efeito quanto ao tempo no grupo 1 (controle) e grupo 2. A atividade da glutationa peroxidase não revelou diferença entre os tratamentos, entretanto, houve diferença ao longo do tempo no grupo 4. Em relação à avaliação citológica dos lavados vesicais, apenas cinco animais revelaram lesões, sendo cinco neoplásicas e uma não neoplásica. Os biomarcadores revelaram marcação de fraca a moderada intensidade,
no entanto, não foi possível estabelecer relação entre a expressão dos mesmos com a progressão tumoral ou os tratamentos. Conclui-se que a suplementação com selênio associado a vitamina E em bovinos leiteiros com hematúria enzoótica causa melhora
do quadro clínico de hematúria, aumenta os níveis de antioxidantes totais, porém não interfere na atividade da glutationa peroxidase. No entanto, não se estabeleceu relação entre a expressão dos biomarcadores e a progressão tumoral com a
suplementação com selênio e vitamina E.