Inclusões crescentes de Tribulus terrestris como aditivo em dietas para ovinos confinados.
Nome: YASMINI DA SILVA SCHUNK
Data de publicação: 12/12/2023
Banca:
Nome | Papel |
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ROBERTA DE LIMA VALENCA | Examinador Externo |
YURI BARBOSA GUERSON | Examinador Externo |
Resumo: Os aditivos alimentares ao serem incluídos na dieta de ruminantes permitem a
modulação do ambiente ruminal, com otimização no desempenho, devido à redução
nas perdas energéticas decorrentes do processo fermentativo. Dentre eles, destacamse os ionóforos, antimicrobianos amplamente utilizados como promotores de
crescimento. Entretanto, o uso desenfreado dessas substâncias pode apresentar risco
eminente de resistência cruzada à antibióticos, o que tem elevado a busca por
alternativas mais seguras de se obter os benefícios da modulação ruminal e ao mesmo
tempo de minimizar os riscos para saúde humana e animal. Assim, o Tribulus terrestris
entra como uma opção substituta, pois é uma planta que apresenta diferentes
propriedades fitoterápicas e rica em saponinas, as quais são capazes de diminuir o
desenvolvimento de alguns microrganismos, provocando modificações no ambiente
ruminal que podem contribuir para melhoria da eficiência produtiva. Neste sentido, o
objetivo do estudo foi de avaliar os efeitos de inclusões crescentes de Tribulus
terrestris, contendo 40% de saponinas, em dietas para ovinos confinados sobre
parâmetros ruminais e metabólitos sanguíneos, a fim de compreender a ação desse
componente no ambiente ruminal e sua influência sobre o metabolismo. O
experimento foi conduzido em duas etapas, sendo a primeira in vitro e outra in situ.
Na primeira fase utilizou-se as inclusões de 0 (controle); 1,25; 2,5; 5,0; 7,5; 10,0; 12,5
e 15,0 de Tribulus terrestris em g/kg da matéria seca da dieta, no qual foram avaliadas
as digestibilidades in vitro da matéria seca (DIVMS), fibra em detergente neutro
(DIVFDN), fibra em detergente ácido (DIVFDA) e proteína bruta (DIVPB). Também
foram determinados o pH e a concentração de nitrogênio amoniacal ruminal (N-NH3),
e mensurados a produção de gases metano (CH4) e dióxido de carbono (CO2). O
delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, com medidas
repetidas no tempo (0, 3, 6, 9, 12, 24, 36 e 48 horas). Na fase in situ foram utilizadas
as inclusões de 0; 1,25; 2,5; 3,75 e 5,0 g/kg, que corresponderam aos cinco
tratamentos experimentais. Foram utilizados cinco ovinos canulados no rúmen,
distribuídos em um delineamento de quadrado latino 5 × 5. Cada período experimental
teve duração de 15 dias. Foram avaliados o pH, a concentração de N-NH3, análise de
protozoários e perfil metabólico sanguíneo. Foi observado que a inclusão de Tribulus
terrestris, independente da dosagem, proporcionou redução na digestibilidade in vitro,
com efeito quadrático sobre DIVMS, DIVFDN, DIVFDA, DIVPB e reduções dos valores
de N-NH3 e CH4. Em termos de parâmetros fermentativos, as dosagens mais seguras
in vitro foram de 1,25 e 2,5 g/kg. A inclusão de Tribulus terrestris de até 5,0 g/kg não
afetou os parâmetros fermentativos in situ, não prejudicou o perfil metabólico
sanguíneo e reduziu a população de pequenos protozoários. Neste sentido, estudos
com inclusões maiores que 5,0 g/kg devem ser efetuados para confirmar o efeito
inibitório de Tribulus terrestris sobre as populações de protozoários, com posteriores
comprovações em experimentos de desempenho produtivo.