Tabletes moldados orodispersíveis para administração do pimobendan em cães
Nome: SORAYA DIAS SALEME
Data de publicação: 27/09/2024
Banca:
Nome | Papel |
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JANAINA CECILIA OLIVEIRA VILLANOVA KONISHI | Presidente |
MARIANA SANTOS PINHEIRO | Examinador Externo |
SUZANA GONÇALVES CARVALHO | Examinador Externo |
Resumo: A insuficiência cardíaca congestiva (ICC) em cães é uma condição grave e o pimobendan (PMBN) se destaca como insumo farmacêutico ativo (IFA) de escolha para tratá-la, sendo a via oral a preferida para administrar o IFA. No entanto, esta via
pode ser desafiadora para os tutores devido a resistência natural dos cães à ingestão de medicamentos orais sólidos. Para superar este desafio, o objetivo do presente trabalho foi delinear formulações de tabletes moldados orodispersíveis (TMODs)
contendo 5 mg de PMBN para a administração em cães, com vistas a contribuir para a padronização de formulações a serem manipuladas em farmácias magistrais veterinárias e contribuir para a segurança da farmacoterapia veterinária. Inicialmente,
foram preparados TMODs sem o IFA a partir de seis pré-misturas de excipientes, entre as quais três foram considerados promissores para incorporação do PMBN, com base nos resultados das análises do aspecto, friabilidade e tempo de desintegração. Os TMODs foram manipulados pelo método de moldagem e secagem. Em seguida, foi realizada a calibração do tableteiro empregando as três pré-misturas selecionadas (F1, F4 e F6) e o PMBN puro, para determinação do fator de deslocamento do IFA. A partir do cálculo deste fator, o PMBN foi incorporado nas pré-misturas e os TMODs com o IFA foram obtidos. Nas formulações manipuladas a partir das pré-misturas eleitas (nomeadas F1PMBN, F4PMBN e F6PMBN) foram realizados ensaios para análise do aspecto, peso médio, diâmetro, espessura, dureza, friabilidade, tempo de desintegração, tempo de molhagem e umidade residual. O teor do PMBN nos TMODs foi quantificado por espectrofotometria na região do ultravioleta a 328 nm, após pesquisa da interferência dos excipientes na absorbância e obtenção da reta analítica utilizando PMBN substânica química de referência (SQR) e determinação da equação da reta. As formulações atenderam aos requisitos de qualidade analisados: o peso médio variou entre 46,35 a 53,35 mg, com variação inferior a ± 10% e nenhuma unidade posológica fora dos limites inferior e superior calculados. A friabilidade e o tempo de desintegração foram menores que o recomendado na literatura para TMODs, que é de 1% e 180 s, respectivamente. Já os valores da dureza permaneceram entre 8,32 e 14,82 N. As baixas variações observadas nas dimensões dos TMODs sugerem boa reprodutibilidade do procedimento de manipulação. A umidade residual variou de 4,69 a 8,65%. O espectro de varredura do PMBN (SQR) confirmou o valor do comprimento de onda selecionado para quantificação e identificação do IFA. Espectros de varredura das pré-misturas sem o IFA, nas mesmas condições, demonstraram que não houve interferência dos excipientes na leitura da absorção do PMBN. Finalmente, o teor de IFA nas formulações F1PMBN, F4PMBN e F6PMBN, compreendeu-se entre 100 e 110%. A partir dos resultados pode-se concluir que as 3 formulações apresentaram parâmetros de qualidade em conformidade com valores de referência para TMODs disponíveis na literatura técnica e científica e que estas podem servir de referência para as farmácias magistrais manipularem o PMBN.