EFEITOS SEDATIVOS E HEMODINÂMICOS DA ADMINISTRAÇÃO INTRANASAL E INTRAVENOSA DA NALBUFINA, BUPRENORFINA E ACEPROMAZINA EM CÃES
Nome: PAULA DA ROCHA OLIVEIRA
Data de publicação: 24/02/2025
Banca:
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Papel |
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BRENO CURTY BARBOSA | Coorientador |
IGOR CEZAR KNIPHOFF DA CRUZ | Examinador Interno |
LEONARDO OLIVEIRA TRIVILIN | Presidente |
NATHÁLIA DAS GRAÇAS DORNELES COELHO | Examinador Externo |
Resumo: ROCHA OLIVEIRA, PAULA da. Efeitos sedativos e hemodinâmicos da administração intranasal e intravenosa da nalbufina, buprenorfina e acepromazina em cães. 2025. 91f. Dissertação (Mestrado em Ciências Veterinárias) - Centro de Ciências Agrárias e Engenharias - CCAE, Universidade Federal do Espírito Santo - UFES, Alegre, ES, 2025. Objetivou-se com este estudo avaliar e comparar o efeito sedativo e as alterações hemodinâmicas produzidos pela administração intranasal (IN) e intravenosa (IV) de nalbufina (NALB) e buprenorfina (BUPRE), utilizadas de forma isolada ou associadas à acepromazina (ACP) em cães. Foram inclusos sete cães hígidos (6 fêmeas e 1 macho), com peso médio de 16,57kg (±4,7), idade média de 4,5 anos (±1,05), submetidos a um ensaio clínico do tipo antes e depois, onde cada animal foi seu próprio controle, com Washout de sete dias, entre uma administração e outra dos protocolos experimentais. Cada animal recebeu pela via intranasal: ACP 0,1 mg/Kg; NALB 0,75 mg/Kg; BUPRE 20 µg/Kg; NALB 0,75 mg/Kg + ACP 0,02 mg/Kg; BUPRE 10 µg/Kg + ACP 0,02 mg/Kg; enquanto pela via intravenosa: ACP 0,02 mg/Kg; NALB 0,5 mg/Kg; BUPRE 20 µg/Kg; NALB 0,5 mg/Kg + ACP 0,02 mg/Kg; BUPRE 10 µg/Kg + ACP 0,02 mg/Kg. Frequência cardíaca (FC) e respiratória (f), pressão arterial sistólica (PAS), temperatura retal (TR), glicemia, grau de sedação e eletrocardiograma (ECG) foram avaliados antes da administração dos fármacos (baseline) e após em diferentes intervalos de tempo (T0), (T05), (T15), (T25), (T35), (T45) e (T60). Em relação ao baseline, após administração IN, alterações significativas foram: elevação da FC em T0 e T05 com ACP, redução em T35 com NALB e em T45 e T60 com NALB+ACP; redução da PAS de T15 a T60 com ACP, de T05 a T60 com BUPRE e de T25 a T60 com BUPRE+ACP; redução da f de T25 a T60 com ACP e redução em T35 com BUPRE; redução da TR de T35 a T60 em todos os protocolos; elevação da glicemia em T60 com NALB e BUPRE+ACP. Após administração IV, alterações significativas em relação ao baseline foram: redução da FC e PAS em determinado tempo de avaliação com todos os protocolos utilizados; elevação da f de T05 a T45 com BUPRE e em T05 com NALB; elevação da glicemia em T60 com ACP e BUPRE+ACP. Observou-se sedação moderada a partir de T05 permanecendo até T60 para todos os protocolos e vias utilizados. Pela via IN, a sedação por ACP destacou-se significativamente em relação a NALB e BUPRE, enquanto estes isolados produziram maior sedação em relação às respectivas associações com ACP. Pela via IV, ACP promoveu maior sedação que BUPRE em T15 e T25, enquanto as associações se destacaram significativamente em relação aos fármacos isolados. Taquipneia, vocalização e sialorreia foram observados nos protocolos BUPRE e BUPRE+ACP (vias IN e IV), secreção nasal e salivação com NALB (vias IN e IV), e mioclonia com ACP (vias IN e IV) e BUPRE IN. Com o uso de BUPRE (vias IN e IV), observou-se fezes amolecidas e inapetência após. Os resultados do ECG indicaram um aumento após administração IN de BUPRE e ACP isolados na duração da onda P e T, respectivamente, quando comparada a via IV. Já o protocolo BUPRE na duração da onda T e intervalo QT foi superior na via IV; BUPRE+ACP observou-se aumento nos intervalos PR e QT. NALB+ACP apresentou um aumento na duração do intervalo QT pela via IV em relação a via IN. Os dois grupos (IN e IV) apresentaram uma prevalência similar de arritmias (90%), sendo a bradiarritmia sinusal a mais frequente, não foi observada incidência de bloqueios atrioventriculares nesse estudo. Concluiu-se de maneira geral que buprenorfina isolada apresentou maiores efeitos adversos e fisiológicos, porém sua associação resultou em sedação semelhante em ambas as vias com resultados sedativos satisfatórios e com poucos efeitos fisiológicos observados. Quanto a atividade elétrica do coração, a administração pela via IN apresentou valores mais estáveis nas variáveis cardíacas quando comparado à via IV, demonstrando ser uma alternativa com grande potencial na rotina veterinária.