USO DA FARINHA DE LARVA DE MOSCA SOLDADO NEGRO (Hermetia illucens) EM DIETAS PARA JUVENIS DE PACU (Piaractus mesopotamicus)
Nome: MARIANA PASSOS DE SOUZA
Data de publicação: 25/02/2025
Banca:
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Papel |
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JOSE GERALDO DE VARGAS JUNIOR | Presidente |
PEDRO PIERRO MENDONCA | Coorientador |
RAPHAEL PIRES BOLZAN | Examinador Externo |
TAÍS DA SILVA LOPES | Examinador Externo |
Resumo: PASSOS DE SOUZA, MARIANA. Uso da farinha de larva de Mosca Soldado Negro (Hermetia illucens) em dietas para juvenis de pacu (Piaractus mesopotamicus). 2025. Dissertação (Mestrado em Ciências Veterinárias)-Centro de Ciências Agrárias e Engenharias - CCAE, Universidade Federal do Espírito Santo - UFES, Alegre, ES, 2025. RESUMO: A aquicultura é o setor de produção animal que mais cresceu nos últimos anos. Como em outras produções animais, a alimentação representa seu maior custo, especialmente devido à farinha de peixe, valorizada pelo alto teor proteico e palatabilidade. Diante do preço elevado desse insumo, surgem alternativas como as farinhas de inseto, que oferecem aminoácidos essenciais e alto valor biológico. Entre elas, a farinha da mosca soldado negro se destaca pela composição nutricional e eficiência na produção. Sendo assim, objetivou-se com o presente estudo avaliar a inclusão dietética de farinha de larva da mosca soldado negro (Hermetia illucens) na alimentação de juvenis de Pacu (Piaractus mesopotamicus), sua digestibilidade e o efeito sobre o desempenho animal. Foram realizados dois ensaios experimentais, o ensaio 1, para verificar a digestibilidade desta farinha em diferentes níveis de inclusão (0; 7,5%; 15%; 22,5% e 30%) e o ensaio 2 para determinação do desempenho. No ensaio 1, foram usadas 20 unidades experimentais (5 tratamentos com 4 repetições cada), os juvenis de pacu foram alojados em incubadoras de fibra de vidro, com formato de cone (Guelph modificado) com 80 litros de volume útil, contendo 20 peixes por incubadora. Os peixes foram alimentados cinco vezes ao dia e a coleta de fezes foi realizada pelo método direto com coleta total durante cinco dias. Os dados foram submetidos à ANOVA, teste de SNK a 5% de probabilidade e posteriormente por regressão polinomial. Foram obtidos os coeficientes de digestibilidade da matéria seca, matéria mineral, extrato etéreo e proteína bruta para os níveis de inclusão da farinha. Os coeficientes de digestibilidade da matéria seca e proteína bruta não apresentaram diferença significativa (p>0,05), já os coeficientes de matéria mineral e extrato etéreo apresentaram diferença (p<0,05). Foi observado que a inclusão de 22,5% representa o ponto de equilíbrio ideal, proporcionando benefícios significativos em digestibilidade sem comprometer severamente qualquer um dos parâmetros analisados. No ensaio 2, foram utilizadas 25 unidades experimentais (5 tratamentos e 5 repetições) com 10 juvenis por aquário de 93L. As dietas foram formuladas de acordo com a digestibilidade encontrada para cada nível de inclusão do experimento anterior (0; 7,5%; 15%; 22,5% e 30%). Sendo os peixes alimentados três vezes ao dia (8h; 12h e 16h) até a saciedade durante 45 dias. Os dados foram analisados pela ANOVA e pelo teste de SNK a 5% de probabilidade, além de análise de regressão polinomial. O nível de inclusão recomendado é de 22,5%, pois potencializa o ganho de peso, a eficiência alimentar, a taxa de crescimento específico e a taxa de eficiência energética, variáveis que apresentaram diferenças significativas (p<0,05). Dessa forma, a farinha de larva da mosca soldado negro se mostra como uma alternativa eficiente na nutrição de juvenis de pacu potencializando seu desempenho zootécnico, desde que aplicadas em níveis adequados, como também contribuindo para a sustentabilidade na aquicultura.