SOROPREVALÊNCIA E FATORES DE RISCO DO CORONAVÍRUS FELINO (FCOV) NO SUL CAPIXABA

Nome: ANA AMÊLIA CAPRIOLI

Data de publicação: 25/03/2025

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ANDERSON BARROS ARCHANJO Examinador Interno
EDSON OLIVEIRA DELATORRE Presidente
YURI BARBOSA GUERSON Examinador Externo

Resumo: CAPRIOLI, ANA AMÉLIA. Soroprevalência e Fatores De Risco Do Coronavírus Felino (Fcov) No Sul Capixaba. 224. 69p. Dissertação (Mestrado em Ciências Veterinárias) - Centro de Ciências Agrárias e Engenharias - CCAE, Universidade Federal do Espírito Santo - UFES, Alegre, ES, 2024. RESUMO: Os coronavírus (CoVs) são vírus zoonóticos da família Coronaviridae, capazes de infectar diversas espécies, incluindo felinos. O Coronavírus Felino (FCoV) pode evoluir para a peritonite infecciosa felina (PIF), uma doença grave e frequentemente fatal. Este estudo teve como objetivo investigar a soroprevalência do FCoV em gatos domiciliados nos municípios de Alegre e Jerônimo Monteiro, sul do Espírito Santo, e identificar os principais fatores de risco associados à infecção. Foram coletadas amostras de sangue de 120 gatos, com idades entre 41 dias e 13 anos, atendidos na clínica veterinária Patinhas Alegres. A detecção de anticorpos foi realizada pelo teste ImmunoComb FCoV, um imunoensaio baseado no método ELISA, permitindo a quantificação dos níveis sorológicos em categorias de negativo, fraco, médio e forte positivo. A taxa de soropositividade foi de 69,2%, com distribuição de 5,8% fraco positivo, 29,2% médio positivo e 34,2% forte positivo. A análise univariada indicou associação significativa entre infecção por FCoV e faixa etária (p = 6,18 × 10) e status reprodutivo (p = 3,09 × 10), enquanto sexo (p = 0,4035) e modo de criação (p = 0,2628) não apresentaram significância estatística. A regressão logística binária confirmou que gatos entre 3–8 anos tiveram 11 vezes mais chance de infecção (OR = 10,96; IC 95%: 2,56 – 56,57; p = 0,002) e gatos com mais de 8 anos apresentaram um risco 9 vezes maior (OR = 9,27; IC 95%: 1,42 – 86,91; p = 0,029), sugerindo que a exposição cumulativa ao vírus ao longo do tempo é um fator determinante para infecção. A regressão logística ordinal revelou que gatos mais velhos não apenas apresentavam maior soropositividade, mas também níveis mais altos de anticorpos. Comparados a filhotes (<1 ano), gatos entre 3–8 anos tiveram uma probabilidade 8,8 vezes maior de apresentar títulos elevados (OR = 8,84; IC 95%: 2,45 – 34,94; p = 0,0012) e gatos com mais de 8 anos tiveram um risco 19 vezes maior (OR = 19,12; IC 95%: 4,11 – 100,37; p = 0,0003). O modo de criação apresentou uma tendência estatística, com gatos criados sozinhos apresentando maior chance de infecção (OR = 9,48; IC 95%: 1,08 – 216,87; p = 0,041). No entanto, esse fator não influenciou significativamente os níveis de anticorpos, indicando que o contato social pode afetar a transmissão, mas não necessariamente a resposta imune. Diante desses achados, o controle da infecção por FCoV no Brasil exige não apenas estudos epidemiológicos amplos e contínuos para monitorar grupos de risco, como gatos adultos e idosos, mas também a implementação de medidas integradas de biossegurança, incluindo manejo ambiental adequado, protocolos de vacinação direcionados e conscientização dos tutores sobre a prevenção da disseminação do vírus e a minimização do risco de evolução para PIF.

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