PREVENÇÃO DA MASTITE BOVINA: intervenção extensionista no contexto da saúde única junto aos produtores de leite da região do Caparaó-ES
Nome: ENRICO MARIANO FIORESI LACERDA
Data de publicação: 26/02/2025
Banca:
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Papel |
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DIRLEI MOLINARI DONATELE | Examinador Externo |
JULIANA ALVES RESENDE | Presidente |
MARIANA DRUMMOND COSTA IGNACCHITI | Examinador Externo |
Resumo: FIORESI LACERDA, ENRICO MARIANO. PREVENÇÃO DA MASTITE BOVINA: intervenção extensionista no contexto da saúde única junto aos produtores de leite da região do Caparaó-ES. ANO. 2025. Dissertação (Mestrado em Ciências Veterinárias) - Centro de Ciências Agrárias e Engenharias - CCAE, Universidade Federal do Espírito Santo - UFES, Alegre, ES, ANO. RESUMO: A mastite é a doença de maior prevalência em rebanhos bovinos leiteiros e causa extensas perdas econômicas pela redução na produção e aumento dos custos com tratamentos. Afeta a saúde animal e compromete a qualidade do leite. Diante disso, o presente trabalho objetivou avaliar a prevalência da mastite na região do Caparaó-ES, identificando os fatores de risco associados à sua ocorrência, principais agentes etiológicos e os perfis de susceptibilidade aos antimicrobianos, além de propor estratégias para a sua prevenção e controle. Para isso, foi aplicado um questionário diagnóstico sobre Boas Práticas de Produção em 10 propriedades leiteiras, e realizados os testes Caneca de Fundo Escuro e CMT (California Mastitis Test) para triagem de mastite clínica e subclínica. Amostras de leite do tanque de expansão foram coletadas para análise dos componentes, resíduos de antimicrobianos, Contagem de Células Somáticas (CCS), Contagem Padrão em Placas (CPP) e Contagem Bacteriana Psicrotrófica (CPP). Os componentes do leite foram analisados por espectroscopia de infravermelho, a CCS e a detecção de antimicrobianos foi realizada com testes comerciais. As amostras de leite de tetos positivos foram inoculadas em meios específicos para crescimento microbiano e submetidas a testes bioquímicos para diferenciação das espécies e a susceptibilidade antimicrobiana foi determinada pelo método de Kirby-Bauer. Os resultados mostraram que as propriedades analisadas, em sua maioria, estão vinculadas a cooperativas e utilizam tanques de expansão para armazenamento do leite, mas apresentam desafios no manejo da mastite e na qualidade do leite. Embora todas realizem o pré-dipping, 30% não adotam o pós-dipping, e a separação adequada de animais doentes ainda não é realizada em 30% das propriedades. A assistência veterinária é limitada em 40% dos casos, e a qualidade da água é um fator crítico, com algumas propriedades apresentando contaminação microbiológica. A CCS elevada em 60% das amostras e falhas nos parâmetros de pH, sólidos desengordurados e densidade indicam comprometimentos na qualidade do leite, agravados por altas contagens bacterianas, especialmente de mesófilos e psicrotróficos. A presença de resíduos de antimicrobianos foi detectada em 20% das propriedades, com resíduos identificados nas amostras de leite do tanque, representando risco de desenvolvimento de resistência aos antimicrobianos. A mastite subclínica foi predominante (44,2%), e sua prevalência variou entre propriedades (até 77,8%), sendo menor naquelas com melhores práticas de manejo. Os principais patógenos isolados foram Staphylococcus spp. (83%), Corynebacterium spp. (8,5%) e Enterobacterales (7,3%), com variações na susceptibilidade aos antimicrobianos, destacando a eficácia da gentamicina, florfenicol e enrofloxacina, e maior resistência a ceftazidima. Assim, a adoção de medidas preventivas, como higiene rigorosa, monitoramento contínuo e uso racional de antimicrobianos, é essencial para reduzir os impactos da mastite na produção leiteira e na Saúde Única.