PARÂMETROS ECOCARDIOGRÁFICOS EM CÃES SAUDÁVEIS TRATADOS COM ACEPROMAZINA, MEPERIDINA E SUA ASSOCIAÇÃO

Nome: AFONSO CASSA REIS
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 18/12/2015

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
FERNANDA ANTUNES Examinador Externo
KARINA PREISING APTEKMANN Orientador
MARLOS GONÇALVES SOUSA Examinador Externo

Resumo: O ecocardiograma (ECO) é um exame amplamente utilizado na medicina veterinária para o diagnóstico de doenças cardíacas, porém, mesmo sendo um exame não invasivo, os cães podem não colaborar com o posicionamento adequado para a realização do exame. Uma forma de diminuir a agitação do animal e melhorar a qualidade das imagens é a contenção química. Além disso, a grande variação de peso e conformação corporal encontrada nas diferentes raças de cães pode ser um fator limitante na interpretação do exame ecocardiográfico. Objetivou-se com este estudo avaliar os efeitos da tranquilização com a meperidina, acepromazina e sua associação sobre os parâmetros ecocardiográficos em cães (capítulo 1) e determinar os parâmetros ecocardiográficos normais de cães da raça Rottweiler (capítulo 2). No capítulo 1, foram utilizados 12 cães adultos, saudáveis, da raça Rottweiler. Cada cão foi submetido ao exame ecocardiográfico sem utilização de tranquilização (tratamento controle - TC) e a três protocolos de tratamento, utilizando a meperidina (2 mg/Kg) (TM), acepromazina (0,05 mg/Kg) (TA), e a associação dos medicamentos (TMA), na mesma dosagem. As variáveis foram analisadas pelo teste de Tukey para determinar as diferenças entre os tratamentos, com nível de significância de 5%. Observou-se que as médias obtidas na onda A do fluxo mitral em TA e TMA diminuíram significativamente com relação ao TM, que não diferiu do TC. Houve uma diminuição significativa no valor de movimento anular mitral (MAM) e excursão sistólica do plano anular tricuspide (ESPAT) no TA. Não houve diferença significativa para os valores de ração de encurtamento (FE) entre TA e os demais tratamentos. Entretanto, observou-se que 57,3% dos cães apresentaram valores de FE abaixo da normalidade para a espécie. As alterações encontradas podem ser decorrentes dos efeitos hipotensores da acepromazina utilizada de forma isolada. Conclui-se que a meperidina ou sua associação com acepromazina não alteram os parâmetros ecocardiográficos em cães saudáveis e que a acepromazina, utilizada isoladamente, causa alteração na função sistólica dos cães, não sendo recomendada para a contenção química dos cães
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submetidos ao exame ecocardiográfico. No capítulo 2 foram selecionados 23 cães adultos clinicamente sadios, sendo 15 fêmeas e 8 machos, pesando em média 43,3 ± 4,5 kg, com idade média de 42,5 ± 14,8 meses. Após a determinação de todos os valores ecocardiográficos, foi calculada a média e desvio padrão de todos os parâmetros e foi realizada estatística de correlação de Pearson entre o peso, idade e sexo e as demais variáveis analisadas, com nível de significância de 5%. Os parâmetros ecocardiográficos também foram comparados de forma descritiva com os valores de normalidade para a população canina em geral. Houve correlação positiva significativa entre a idade e a FC e o DIVEd; e correlação negativa significativa entre a idade e as ondas E e A do fluxo mitral. Quanto maior o peso do cão, maior a velocidade máxima do fluxo aórtico na avaliação Doppler. Não houve correlação significativa de nenhum parâmetro avaliado com o sexo dos cães. Nas avaliações individuais e das médias dos parâmetros ecocardiográficos, observou-se que os valores de Ao, AE, SIVd e MAM apresentavam-se menores do que o padrão geral determinado para a espécie canina; e os valores de DIVEs e PLVEd apresentavam-se maiores, podendo ser uma característica inerente da raça.

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